O Essencial
A Comissão Europeia e o Banco Europeu de Investimento anunciaram um impulso à eficiência energética nas pequenas e médias empresas europeias: mais de 350.000 empresas deverão beneficiar de uma iniciativa que mobiliza €17,5 mil milhões em financiamento dedicados à eficiência e à descarbonização no período 2025–2027. O objectivo é pragmático: apoiar a adopção de tecnologias de poupança comprovadas, reduzir faturas e reforçar a resiliência e a competitividade. Para donos e gestores de edifícios — muitos deles enquadrados em PME — isto significa uma janela real de investimento para modernizar operações, ganhar controlo sobre custos e preparar activos para um mercado em que a eficiência deixou de ser “opção” para se tornar condição de competitividade. A iniciativa foi apresentada em Bruxelas, num sinal político claro de prioridade para a eficiência empresarial em toda a União.
Prioridade técnica
O desenho do programa é explícito ao priorizar soluções que entregam resultados verificáveis. Fala-se de apoiar empresas a usar tecnologias de eficiência que já provaram redução de consumo e de custos e que podem ser integradas rapidamente no quotidiano operacional de edifícios de serviços: climatização mais eficiente, iluminação optimizada, gestão energética mais rigorosa, entre outras abordagens alinhadas com a racionalização de consumos. Para os gestores, a mensagem é inequívoca: a primeira fronteira do valor está na operacionalização da eficiência — saber onde se consome, quanto se consome e que medida reduz o quê. Com este enquadramento, a preparação técnica deixa de ser um anexo e passa a ser o próprio núcleo do investimento: projectos com métricas de desempenho claras e monitorizáveis estarão melhor posicionados para captar financiamento e para apresentar poupanças tangíveis no OPEX logo a seguir à implementação.
Como funciona o apoio
O BEI compromete €17,5 mil milhões para quase duplicar o apoio a esta área entre 2025 e 2027, combinando instrumentos de dívida e de capital e trabalhando com a rede de intermediários financeiros do banco para chegar às PME em todos os Estados-Membros. A ambição é mobilizar mais de €65 mil milhões em investimento total até 2027, fechando uma lacuna de mercado que tem travado a escala dos projectos de eficiência nas empresas. Para simplificar o acesso, é criado um “one-stop-shop” para eficiência nas PME — um ponto único de entrada que agrega a oferta do BEI neste domínio, encurtando caminho entre necessidade técnica e solução financeira. O pacote é reforçado com garantias do InvestEU e apoio do programa LIFE (transição de energia limpa), e conta ainda com o arranque de um grupo de trabalho dedicado às PME no âmbito da European Energy Efficiency Financing Coalition, precisamente para atacar barreiras de financiamento e alinhar instrumentos com as necessidades reais no terreno. Para quem gere edifícios, isto traduz-se numa rota mais directa: preparar um dossiê técnico sólido e percorrer um canal de financiamento mais previsível.
€17,5 mil milhões para 350.000 empresas e os seus edifícios.
Oportunidades para portefólios de edifícios
A iniciativa inclui o apoio a plataformas de investimento dedicadas em parceria com o sector privado, direccionadas a projectos de eficiência em PME. Na prática, este modelo ajuda a alargar a base de investidores e a atrair capital adicional para um pipeline de intervenções com escala — algo particularmente relevante para portefólios com múltiplos edifícios, onde a estandardização de medidas e de métricas acelera aprovações. O Grupo BEI associa-se ainda a iniciativas que promovemb>modelos de “servitização”(energy efficiency as a service): em vez de adquirir equipamentos, as empresas pagam pelo desempenho (por exemplo, conforto térmico ou iluminação eficiente), o que pode reduzir barreiras de entrada e alinhar incentivos entre investidores, fornecedores e utilizadores finais. Em paralelo, as instituições sublinham que as PME investem em eficiência a metade do ritmo das grandes empresas; por isso, a simplificação de acesso e a combinação de instrumentos visam desbloquear decisão e acelerar a execução. O recado para quem é dono ou gestor de edifícios é claro: chegar primeiro, com projectos prontos e mensuráveis, aumenta a probabilidade de captar o apoio.
O que fazer já
Entre 2025 e 2027, o tempo conta. O caminho mais curto passa por três movimentos: (1) organizar internamente o pipeline técnico com medidas de eficiência comprovadas e métricas de poupança estimadas; (2) preparar um perfil financeiro que encaixe nos instrumentos do programa (dívida, capital, ou modelos de serviço com pagamento por desempenho); e (3) activar o contacto com os intermediários financeiros ligados ao Grupo BEI através do one-stop-shop, articulando desde já prazos de implementação e requisitos de monitorização. A vantagem competitiva residirá em dossiês que mostrem baseline, metas, calendarização e verificação de resultados. Para donos e gestores de edifícios, há aqui uma oportunidade concreta de transformar operações: reduzir consumos, baixar risco face à volatilidade energética e reposicionar activos com melhor performance técnica e económica — com apoio institucional que foi explicitamente calibrado para escalar a eficiência nas PME.
Referências
- European Investment Bank – More than 350,000 European companies to get energy efficiency support under major EU financing initiative (11-09-2025): https://www.eib.org/en/press/all/2025-331-more-than-350000-european-companies-to-get-energy-efficiency-support-under-major-eu-financing-initiative
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