ETS2 em 2027: quanto vai custar o carbono aos edifícios?

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A partir de 2027, combustíveis fósseis pagam taxa.

A União Europeia decidiu que chegou a hora dos edifícios entrarem na luta climática de forma direta. A partir de 2027, o consumo de combustíveis fósseis para energia em edifícios comerciais, escritórios e hospitais passará a ter uma etiqueta de preço de carbono. Em outras palavras, cada tonelada de CO₂ emitida pelo aquecimento, arrefecimento ou produção de energia térmica vai custar dinheiro – seguindo o novo Sistema de Comércio de Emissões ETS2. É o princípio do poluidor-pagador a entrar diretamente na fatura energética. Se até agora emitir CO₂ era um “extra” invisível, em breve será um custo explícito. E não, infelizmente não haverá promoções de carbono.

O que é o ETS2 e porque importa?

O ETS2 é a expansão do mercado de carbono europeu para sectores até agora fora do ETS original (que desde 2005 cobre indústrias e produção de energia). Desta vez, entram os edifícios e os transportes. O sistema funciona pelo modelo cap-and-trade: a União Europeia define um teto anual de emissões e leiloa licenças equivalentes a uma tonelada de CO₂ cada. Os fornecedores de combustíveis fósseis terão de comprar essas licenças para cobrir as emissões decorrentes do uso dos seus produtos nos edifícios. Na prática, esse custo será repercutido nos utilizadores finais através do aumento do preço do combustível. Ou seja, vai ficar mais caro queimar combustíveis fósseis para manter edifícios confortáveis.

A meta é clara: reduzir as emissões destes sectores em cerca de 42% até 2030 (face a 2005). E, ao contrário do ETS original, não haverá licenças gratuitas. Cada tonelada emitida terá de ser paga, enviando um sinal inequívoco para acelerar a descarbonização dos edifícios.

impacto no opex o carbono entra na fatura

Impacto no OPEX: o carbono entra na fatura

Para proprietários e gestores de edifícios comerciais, escritórios e hospitais, o impacto será sentido no OPEX ligado à energia. Combustíveis como o gás natural e o gasóleo passarão a incluir este “prémio de carbono” no preço. Em termos simples: se o carbono custar 50 € por tonelada de CO₂, cada 1.000 kg emitidos equivalem a 50 € extra. Isto corresponde a cerca de 0,01 € por kWh de gás natural consumido. Pode parecer pouco, mas rapidamente se transforma em milhares de euros ao ano.

O preço do carbono será variável. Estima-se que comece por volta dos 50 €/t em 2027 e que possa atingir 100 €/t em 2030. Esta incerteza trará complexidade ao planeamento financeiro dos edifícios.

Exemplos práticos de impacto

  • Edifício de escritórios: Um edifício de 10.000 m² com consumo de 750.000 kWh de gás por ano emite cerca de 150 toneladas de CO₂. A 50 €/t, isso significa um custo adicional de 7.500 € por ano.

  • Hospital: Uma unidade hospitalar que consuma 8.000 MWh/ano de calor de origem fóssil emite aproximadamente 1.600 tCO₂. A 50 €/t, a fatura adicional é de 80.000 € anuais – um impacto considerável no orçamento de exploração.

Preparar o GTC (SACE): hora de afinar os sistemas

A forma mais eficaz de mitigar este novo custo é investir desde já em eficiência energética. E é aqui que entra o SACE (Sistema de Automatização e Controlo de Edifícios), ou GTC (Gestão Técnica Centralizada) como o cérebro do edifício, monitorizando e controlando AVAC, iluminação e energia elétrica. Um edifício afinado reduz desperdícios sem comprometer o conforto, tornando-se uma arma direta contra os custos do ETS2.

Ações práticas

  • Monitorização granular: Recolher dados precisos de consumos de combustível e energia em tempo real. Integrar contadores adicionais, se necessário, e calcular as emissões de CO₂ associadas a cada subsistema.

  • Otimização de horários: Ajustar a operação de AVAC e iluminação em função da ocupação. Não faz sentido manter o aquecimento ativo em zonas desocupadas fora de horas.

  • Controlo por procura: Integrar sensores de presença e de qualidade do ar para modular ventilação e climatização apenas quando necessário.

  • Afinação de equipamentos: Garantir que caldeiras, chillers e sistemas de ventilação trabalham nos pontos de maior eficiência. Pequenos ajustes podem reduzir consumos de forma significativa.

  • Alarmística energética: Programar o BMS para identificar consumos fora do padrão ou a operação simultânea de sistemas redundantes.

  • Formação da equipa: Técnicos bem preparados tiram partido de todo o potencial do BMS. Muitas vezes, os ganhos dependem mais da competência operacional do que de investimento adicional.

  • Planeamento de investimento: Usar os dados do BMS para justificar substituições futuras, como bombas de calor, painéis solares térmicos ou sistemas híbridos.

preparar o gtc (sace) hora de afinar os sistemas
edifícios que instalam gtc reduzem entre 10% e 30% do consumo energético

Edifícios que instalam GTC reduzem comprovadamente consumo energético

Na prática, edifícios que instalam GTC reduzem entre 10% e 30% do consumo energético apenas pela gestão inteligente. Em casos mais avançados, já se verificaram reduções de 40 a 50% em edifícios de serviços e hospitais. Cada kWh economizado é menos CO₂ emitido e menos euros pagos em carbono. O GTC, que antes era visto como ferramenta de conforto e eficiência, torna-se agora também um escudo financeiro contra o ETS2.

O ETS2 vai mudar as regras do jogo: edifícios que dependem fortemente de combustíveis fósseis serão penalizados com custos adicionais crescentes, enquanto edifícios eficientes e automatizados estarão mais protegidos. Investir em automação e afinar o GTC é uma medida de baixo risco e alto retorno – poupa energia, melhora o conforto e reduz a fatura de carbono. A pergunta que fica é simples: vai esperar pela primeira conta inflacionada pelo carbono, ou começa já hoje a preparar o “cérebro” do seu edifício para o futuro?

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